a dorothy que há em mim.

vou seguindo pelo caminho de tijolos amarelos, olhando para dentro de minha cabeça, tentando entender o que acontece. vejo imagens abstratas, nunca posso decifrá-las. palavras passam muito rápido, não consigo lê-las. não sinto o vento tocar meu rosto, nem o calor do sol aquecer minha pele, as cores parecem mais opacas, os gostos mais amargos, os amores menos enlouquecedores. quando fecho meus olhos e tento bater meus sapatos rubis um no outro, nada acontece, continuo no mesmo lugar.
o que faço então, é escrever. fujo do mundo em que vivo e entro no qual gostaria de viver, vou para a minha cidade das esmeraldas. lá, vivo da forma que sempre sonhei, convivo com as pessoas que sempre quis conhecer, escuto os sons que me acalmam, provo os sabores que mais me alucinam. nesse mundo eu vivo sorrindo, meus olhos brilham e me sinto leve. aqui, os sorrisos são mais verdadeiros, as palavras mais confortadoras, os beijos mais saborosos, os amantes mais intensos.
mas o meu mundo real me espera, e em algum momento preciso abrir meus olhos, deixar o papel e o lápis de lado, viver a vida que realmente me pertence. não me deprimo, jamais. encaro de frente, respiro fundo e sigo o meu caminho, passando por cima dos obstáculos que insistem em aparecer na minha frente. se faço o caminho certo? nem mesmo eu sei, mas é esse que sigo, é esse que quero seguir. enquanto eu precisar escolher, vou por onde meu coração me guiar.


Não há lugar como a nossa casa.